No dia 08 de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher e, na Science4you, queremos celebrar esta data dando-te a conhecer um pouco mais sobre 5 das mulheres cientistas mais influentes da história!
Ao longo dos séculos, as mulheres tiveram de ser corajosas e determinadas para seguir os seus sonhos e conseguir vencer em áreas dominadas por homens. Os seus esforços foram bem-sucedidos e, as suas descobertas, continuam a ter impacto nos dias de hoje.
Marie Curie – Descobriu a radiação e dois dos elementos da tabela periódica
Marie sempre mostrou ter uma mente brilhante e curiosa. Quando se descobriu que os sais de urânio emitiam um brilho misterioso, Marie e Pierre (seu então marido e parceiro de laboratório) ficaram curiosos, e começaram a estudar o fenómeno. Chegaram à conclusão de que a energia que causava a radiação provinha do átomo de urânio.
Sabemos hoje que, os átomos com um núcleo instável emitem partículas e libertam energia. Marie chamou a este fenómeno “Radioatividade”. Esta foi uma descoberta com um impacto gigante! Para determinarem a fonte da radioatividade, Marie e Pierre moeram e filtraram outros materiais radioativos. Neste processo, descobriram dois elementos químicos totalmente desconhecidos e ainda mais radioativos que o urânio. Decidiram chamar ao primeiro Polónio (em honra da Polónia) e ao segundo Rádio (que significa “raio” em latim). Entretanto, Marie e Pierre começaram a perceber que estavam a adoecer: a exposição prolongada à radiação estava a deixá-los a ambos cansados e com dores. Por amor ao seu trabalho, ambos continuaram a trabalhar incansavelmente, recebendo o Prémio Nobel da Física pela descoberta da radioatividade.
Quando Pierre faleceu, Marie continuou o importante trabalho de ambos: descobriu que o rádio podia ser usado no tratamento de doenças (como o cancro). Tomou ainda o lugar de Pierre na Sorbonne (universidade em Paris), tornando-se a primeira mulher a ensinar nessa instituição. Voltou a ganhar o Prémio Nobel, desta vez, da Química. Nunca nenhuma mulher tinha ganho dois!
Jane Goodall – Especialista em primatas e ativista pela proteção da vida selvagem
Jane nasceu em Inglaterra e, inspirada pelo livro “Tarzan, o rei da selva”, desde pequena que sonhava estudar a vida selvagem. Após trabalhar arduamente, fez uma viagem ao Quénia onde conheceu um cientista que, impressionado pelos seus conhecimentos sobre primatas, a contratou para estudar chimpanzés selvagens.
Inicialmente, os chimpanzés não confiavam em Jane pois, segundo ela, “nunca tinham visto um macaco branco”, mas, a persistência fez com que, passado algum tempo, ganhasse a confiança destes primatas, o que lhe permitiu documentar comportamentos nunca antes observados.
Acreditava-se que os Humanos eram a única espécie que sabia usar ferramentas, no entanto Jane observou que os chimpanzés escolhem e aperfeiçoam galhos finos e flexíveis para recolher formigas dos formigueiros, provando o contrário. Depois de ser financiada pela National Geographic Society e ter feito alguns documentários, Jane mostrou ao mundo que os chimpanzés têm personalidades únicas e vivem em hierarquias sociais complexas, sendo capazes de sentir compaixão e crueldade.
Jane é uma incrível ativista pela conservação dos chimpanzés e da generalidade da vida selvagem e trabalha atualmente com as nações unidas pela paz mundial. Podes descobrir mais sobre a Jane no seu site.
Flossie Wong-Staal – Cientista que clonou e decifrou os genes do vírus da SIDA
Flossie nasceu na China e foi a primeira mulher da sua família a receber uma educação superior. Aos 18 anos, deixou Hong Kong e rumou até aos EUA para estudar bacteriologia.
Após o seu doutoramento, Flossie começou a estudar retrovírus e, fez uma conquista incrível: conseguiu, pela primeira vez, clonar o vírus da imunodeficiência humana (VIH)! Conseguiu também completar o mapa genético deste organismo. Estas descobertas tornaram possível provar que o vírus VIH causa a síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA). Permitiu também o desenvolvimento de testes de diagnóstico para esta doença através de amostras de sangue!
Flossie foi nomeada presidente do Center for AIDS Research (Centro de investigação da SIDA) e vice-presidente de uma empresa farmacêutica chamada Immusol.
Inge Lehmann – Descobriu que a Terra tem um núcleo sólido
Inge era uma sismóloga dinamarquesa que, através da análise de ondas sísmicas, percebeu que a Terra tem uma camada interior sólida (núcleo interno), não sendo homogeneamente líquida como se pensava.
Inge Lehmann é também reconhecida por ser uma das cientistas com maior longevidade da história, vivendo até 104 anos de idade.
Janaki Ammal – Pioneira em botânica, criou uma nova espécie de magnólia
Janaki começou por trabalhar na Índia, onde foi alvo de discriminação por pertencer a uma “casta inferior” e ser uma mulher solteira.
Viveu nos Estados Unidos da América (EUA), onde se especializou em cruzar plantas de espécies e variedades diferentes. Com este tipo de cruzamentos conseguiu tornar mais doce uma espécie de cana-de-açúcar característica da Índia! Isto fez com que o seu país tenha conseguido parar de importar uma espécie exótica e passado a utilizar uma planta nativa, mais sustentável no clima local. Mais tarde, mudou-se para o Reino Unido e focou-se na citogenética vegetal, o estudo dos cromossomas das plantas.
Janaki estudou os usos da colchicina, uma substância que pode duplicar a quantidade de cromossomas numa planta, resultando em variedades gigantescas! Um dos resultados da sua investigação foi uma nova espécie de Magnólia que foi batizada com o seu nome (Magnolia kobus ‘Janaki Ammal’).
Durante os seus estudos, Janaki plantou alguns exemplares desta espécie no jardim de Wisley, que ainda lá se encontram nos dias de hoje! Depois de voltar para a Índia a pedido do primeiro-ministro, Janaki começou a utilizar a sua influência para proteger plantas nativas em risco. Durante os últimos anos da sua vida, juntou-se ao movimento ambientalista que conseguiu evitar o alagamento das florestas do parque nacional do Vale Silencioso.
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