Na Science4you, queremos celebrar o Dia Internacional da Mulher dando-te a conhecer um pouco mais sobre algumas das mulheres cientistas mais influentes da história e as suas descobertas. Várias foram as mulheres que, ao longos dos séculos, graças à sua coragem e determinação, conseguiram ser bem-sucedidas e marcar a história com descobertas importantes, nomeadamente na área da ciência.
Neste dia, queremos celebrar estas descobertas e dar-te a conhecer um pouco mais sobre estas cinco cientistas. Vê o vídeo que preparamos para ti AQUI
Marie Curie – Descobriu a radiação e dois dos elementos da tabela periódica
Marie sempre mostrou ter uma mente brilhante e curiosa. Quando se descobriu que os sais de urânio emitiam um brilho misterioso, Marie e Pierre (seu então marido e parceiro de laboratório) ficaram curiosos, e começaram a estudar o fenómeno. Chegaram à conclusão de que a energia que causava a radiação provinha do átomo de urânio.
Sabemos hoje que, os átomos com um núcleo instável emitem partículas e libertam energia. Marie chamou a este fenómeno “Radioatividade”. Esta foi uma descoberta com um impacto gigante! Para determinarem a fonte da radioatividade, Marie e Pierre moeram e filtraram outros materiais radioativos. Neste processo, descobriram dois elementos químicos totalmente desconhecidos e ainda mais radioativos que o urânio. Decidiram chamar ao primeiro Polónio (em honra da Polónia) e ao segundo Rádio (que significa “raio” em latim). Entretanto, Marie e Pierre começaram a perceber que estavam a adoecer: a exposição prolongada à radiação estava a deixá-los a ambos cansados e com dores. Por amor ao seu trabalho, ambos continuaram a trabalhar incansavelmente, recebendo o Prémio Nobel da Física pela descoberta da radioatividade.
Quando Pierre faleceu, Marie continuou o importante trabalho de ambos: descobriu que o rádio podia ser usado no tratamento de doenças (como o cancro). Tomou ainda o lugar de Pierre na Sorbonne (universidade em Paris), tornando-se a primeira mulher a ensinar nessa instituição. Voltou a ganhar o Prémio Nobel, desta vez, da Química. Nunca nenhuma mulher tinha ganho dois!
Ada Lovelace – A 1ª programadora de computadores da história
A história de amor de Ada com a matemática começou quando ela era ainda muito pequena.
Embora frequentemente doente, Ada recebeu uma educação matemática muito exigente para a sua época. Quando Babbage publicou um artigo em francês sobre uma versão melhorada do seu engenho anterior, chamada a Máquina Analítica (agora considerada um primeiro modelo do computador), Ada traduziu-o para inglês, publicando-o em 1843.
Mas Ada não se limitou a traduzir! Adicionou notas próprias, muito detalhadas, incluindo um algoritmo para a máquina computadorizar os números de Bernoulli. Este algoritmo era inspirado nos cartões perfurados dos teares mecânico. Este é considerado por muitos o primeiro algoritmo desenhado especificamente para ser implementado num computador.
Ada foi também a primeira pessoa a entender que o potencial do aparelho se poderia estender muito para além do cálculo de números! As notas de Ada incluíam uma reflexão que falava na possibilidade de a máquina analítica atuar noutras coisas para além de números, como música! Para isto acontecer, Ada acreditava que essas outras coisas deveriam poder ser descritas “pela ciência abstrata das operações”.
Isto foi incrivelmente visionário! Atualmente, os computadores conseguem efetivamente trabalhar outros tipos de informação. Para isso, toda a informação (como música, imagens, etc.) é transmitida, tal como ela descreveu, de uma forma abstrata: o código binário!
Rosalind Franklin – Descobriu e “fotografou” a estrutura do ADN
Embora Rosalind fosse uma estudante extremamente promissora, o seu pai não aprovava que as mulheres fossem para a universidade. Ele queria que ela tivesse um trabalho mais “apropriado para uma senhora”. Felizmente, as mulheres da família ajudaram-na a enfrentar o pai e Rosalind conseguiu seguir em frente com o seu sonho: doutorar-se em física pela universidade de Cambridge.
Em seguida, Rosalind começou os seus estudos científicos sobre o carvão. O seu trabalho brilhante começou a ser conhecido fora de Inglaterra, sendo convidada para trabalhar em Paris!
Em Paris, Rosalind tornou-se uma especialista em cristalografia de raio X. Em 1951, Rosalind foi convidada pelo King’s College (em Londres) para levar a cabo uma missão muito importante: utilizar os seus conhecimentos para descobrir a estrutura do ADN! Infelizmente, o ambiente que encontrou nesta instituição não era o melhor.
Rosalind persistiu e conseguiu um feito extraordinário: junto com o seu assistente, obteve uma imagem de raio X, em que, pela primeira vez, se observa a estrutura de dupla hélice do ADN!
Nessa altura, vários outros cientistas estavam numa corrida para descobrir a estrutura do ADN, incluindo James Watson e Francis Crick. Sem Rosalind saber, um colega seu (com quem ela não se dava muito bem) mostrou a fotografia 51 a estes dois cientistas. Eles utilizaram prontamente o que viram para publicarem um artigo científico a divulgar a estrutura do ADN, reduzindo o contributo de Rosalind a uma nota de rodapé!
Rosalind é recordada como a mulher que devia ter recebido o Prémio Nobel.
Flossie Wong-Staal – Clonou e decifrou os genes do vírus da SIDA
Flossie nasceu na China e foi a primeira mulher da sua família a receber uma educação superior. Aos 18 anos, deixou Hong Kong e rumou até aos EUA para estudar bacteriologia.
Após o seu doutoramento, Flossie começou a estudar retrovírus e, fez uma conquista incrível: conseguiu, pela primeira vez, clonar o vírus da imunodeficiência humana (VIH)! Conseguiu também completar o mapa genético deste organismo. Estas descobertas tornaram possível provar que o vírus VIH causa a síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA). Permitiu também o desenvolvimento de testes de diagnóstico para esta doença através de amostras de sangue!
Flossie foi nomeada presidente do Center for AIDS Research (Centro de investigação da SIDA) e vice-presidente de uma empresa farmacêutica chamada Immusol.
Gladys West – Criadora do modelo que levou à invenção do GPS
Gladys cresceu numa parte rural dos EUA, numa época em que existia uma fortíssima segregação racial.
Não tinha os meios para pagar a universidade, por isso trabalhou arduamente até estar entre os melhores estudantes da sua escola. Assim, conseguiu uma bolsa de estudos para tirar o curso de matemática!
Depois de acabar o mestrado, Gladys tornou-se professora. No entanto, rapidamente recebeu uma proposta para trabalhar na base naval de Dahlgren, na Virgínia. Trabalhando sempre arduamente, Gladys participou num estudo premiado sobre o movimento de Plutão em relação a Neptuno. O seu trabalho mais conhecido prende-se com a programação de um computador para retribuir cálculos extremamente precisos sobre a forma da Terra. Este modelo, que usava informação satélite, eventualmente tornou-se a base para o do Sistema Global de Posicionamento (GPS).
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